Dueto da tarde (LIV)
O tempo perdido e o tempo perdido lamentando o tempo perdido; formando-se um ciclo, dando voltas e voltas no infinito como um círculo que queria ser hexágono, abandonando o seu formato.
Parafuso ensandecido que sobe e desce sem sair do (seu?) lugar; quer deixar esse vagar em terras óbvias e ir atrás de inovações, vidas novas, novas trovas, trovões e tempestades, algo que traga medo e o tire da incumbência para que foi feito.
Ganhar o tempo com o tempo perdido nas mãos, com o vazio do tempo perdido nas mãos, com a angústia do tempo perdido nas mãos, tirar o atraso, os tempos jogados no ralo sujo e largo da estagnação...
Essa busca faz o tempo andar para trás. Mas o tempo não anda para trás. Então essa busca é apenas um presente mal desembrulhado, mal interpretado e com suas devidas contradições; assim o tempo apenas segue em seu furor; perdido hoje: talvez por ter acordado de mau humor, talvez por ter achado que acharia, talvez porque... talvez.
Rogério Camargo e André Anlub
(3/2/15)
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