12 de março de 2015

ALGUNS MINICONTOS

Abre os braços para a vida e dentro deles vê cair toda uma alegria que julgava perdida. Parece piegas. Mas se você fosse ele, saberia o quanto é verdade.


Pai muito orgulhoso de seu filho. Filho muito orgulhoso de seu pai. Observador isento sorrindo muito levemente do que há de ingênuo e do que há de inocente em tanto orgulho.


- É um jogo de paciência, nada mais que um jogo de paciência.
- E quem é que perde, quem se irrita com ele?


- Ele tem dinheiro?
- Não. Mas tem uma cara de pau infinita.
- É um ótimo capital inicial, sem dúvida.


O Para Que encontrou o Por Isso meio deprimido, caidão, quase a chorar encostado num poste. Fez um gesto de aproximação, mas no olhar que recebeu de volta viu que de nada adiantaria. Levou sua pergunta básica mais adiante, então.


Kaspa Milina era alegre como a brisa tocando o parreiral e fazendo músicas singelas nas folhas. Era alegre como um cavalo novo solto no campo com liberdade. Era alegre como um pássaro descobrindo a vida. Então Kaspa Milina descobriu a vida. E precisou encontrar espaço para mais coisas além da alegria.


- Me alcança um pouco de fé?
- Só tenho para mim.
- Poxa, como você é egoísta!


A delícia modesta ficou toda satisfeita de poder comemorar seu estado de espírito em silêncio quase religioso. A delícia arrogante quase bateu nela por isso.


- O que aconteceu com Arvilina?
- Quem é Arvilina?
- Você não conhece Arvilina? Já vi então que algo muito grave aconteceu com ela...


O sucesso estava fazendo um mal muito grande a Kovutto. Mas Kovutto não via isso. Kovutto não podia ver isso porque estava totalmente dedicado a fazer sucesso.


- Se é ela mesmo eu não sei -  dizia Capolígio, com um sorriso que ia do leste ao oeste. – Mas seria ótimo que continuasse sendo, mesmo que não seja.
Alguma coisa estava dando muito certo para Capolígio. Podia até ser a coisa errada, mas estava dando muito certo.


Proclávio deixou um abraço para Morvina. O abraço que Proclávio deixou para Morvina caiu na terra fértil do jardim, germinou, cresceu como uma frondosa árvore - que Morvina chamou de Proclávio e à sombra da qual recebe o amigo de toda vez que ela vem abraçá-la.


- Olha só, amor, que bonitinho.
- O que é isso?
- Não sei. Mas não é bonitinho?
- E o que você vai fazer com isso?
- Ainda não sei. Por enquanto só sei que é bonitinho. Não é?


Juntou a estrela caída com tanto cuidado que ouviu dela: Não estou enferma, só estou caída...



Mespalínio refugiava-se em historinhas. Historinhas que Mespalínio criava para recriar situações ruins e nelas sair-se bem. Porque nas reais ele não confiava em si mesmo. Sempre se via como um fracassado. Em suas invenções, era um vencedor. Ali ninguém podia com ele. A não ser quando inventava uma historinha em que também se dava mal. Nesses momentos ele não tinha para onde ir e até a realidade seria preferível.

ROGÉRIO CAMARGO 

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Agradecemos pela leitura.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.