Hora do recreio
(André Anlub - 21/9/13)
Quem será o guardião desse coração
Tão intenso, raro e quente?
Nesse vai e vem do povo
A cólera passa rente:
Tentando roubar o puro,
Esconder o tesouro,
Cavando um túmulo
E matando os loucos.
Tudo se transforma na fala
Da saliva da ponta da língua;
E na palma da mão que entorna a raiva,
Perdendo-se no céu anfitrião.
Sendo o alicerce mais forte,
Fez-se o castelo.
Nasce o coveiro que rompe vis elos,
Enterra as contendas,
Encarcera o faqueiro que insiste no corte.
A verdade mostra pra que veio,
O ópio evapora na veia,
Surge a sorte pisando na morte,
Tornando o instante perfeito.
O som é mais ameno,
No feliz badalar dos sinos
Para a hora do recreio.
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