Politicagem 2010 (do livro “Poeteideser”)
(Música originalmente escrita em 2004)
Se liga que vou te contar agora
Como acontece essa triste história:
O lado mais pobre um trabalho árduo
E o outro lado representa a escória.
Uns morrem de fome numa fila,
Outros compram porcelana;
Uns se perdem da família,
Outros brigam por herança.
Viver com dividas não é vantagem
Você é quem paga essa politicagem.
É vereador, deputado, senador ou presidente.
E o povo está doente – está sem dente – está demente.
Politicagem os babacas e as bobagens.
Cara de pau, ipê, jacarandá...
Até onde essa zona vai parar.
Pra tudo ele tem resposta
Sempre uma proposta
Sem jeito, indecorosa.
Sobe em um palanque:
- um terno, uma gravata,
Com um sorriso
Preparando a mamata.
Estende as mãos
Estende os braços
Desfaz-se em pedaços
Tudo vai resolver.
O mundo ficar quadrado
O inferno, congelado
É só ele prometer.
Já sabem de quem eu falo?
Mas é melhor, eu me calo
Se não, vão me prender.
Vou indo sem rumo sem graça
Andando por toda praça
Até desaparecer.
Viver com dividas não é vantagem
Você é quem paga essa politicagem.
É vereador, deputado, senador ou presidente.
E o povo está doente – está sem dente – está demente.
Politicagem os babacas e as bobagens.
Cara de pau, ipê, jacarandá.
Até onde essa zona vai parar.
Num pais que reina a violência,
O governo uma indecência;
Discursos sem coerência
Sem jeito nem vontade de mudar.
Vai chegando à época
Aparece a solução
Para fome, os buracos, o transito...
É eleição!
- Aumento de salário,
- Acabar com as filas
- Escolas para as crianças...
É ilusão para as famílias.
Invadem os rádios, os postes e a tv,
Depois o sujo (o porco) é você.
Enganam o povo, falam mentira,
Estão loucos pra mudar lá pra Brasília.
Mas essa história não termina aqui,
Sem um emprego virando faquir.
Faça uma greve, vá para as ruas,
Saia da lama...
A escolha é sua.
E assim levamos a vida,
Abrindo e fechando a ferida,
Lutando pra isso acabar...
Durmo assustado também,
Rezando esperando alguém,
Pra tudo melhorar, amém.
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