O viés de Inês
(André Anlub - 4/12/14)
A padronização já estava imposta:
Olhos, altura, nariz, cabelo, dinheiro e muito mais...
Atrás da porta Inês sorria aos mal bem amados;
Pois Inês não carecia seguir quaisquer padrões.
O viés de Inês era fulgente,
Destrinchava possibilidades de dedos apontados a ela,
As indiretas não se criam, tampouco fulminações...
Inês era osso, osso duro, salgado, forte, mas osso dos bons.
Na infância não se sabe exatamente qual seria sua história,
Mas jamais sujaram sua roupa com palavrões eloquentes.
Gente simples, fiel e aberta, que sempre foi o que quis,
Bebia água, café e cachaça no copo velho de geleia.
A masmorra foi anunciada para todos como um paraíso,
Coberta de rosas pulcras, ostentações e múltiplos coloridos artifícios:
- Como heras, vinham os amores por fora (trepando).
- Como feras, vinham rancores oclusos (clamando).
E como vinho, eram errantes inebriantes...
Que, como antes, foram feridas no agora.
Travestida para sempre de “verdade” e “opinião”;
A padronização estava em êxtase incondicional.
Tinha no seu exército a fiel guarida do “gosto”,
Mas a inglória da própria imagem em paradoxo, em avejão...
Inês!
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