Das Loucuras (ao vê-la passar, o farol acesso o deixa sem jeito)
Nem sempre foi assim, ele todo rubro – ou qualquer outro adjetivo;
Sempre foi vermelho e verde, Fluminense.
Mas agora – mais velho – há uma conjetura subjetiva,
E nela sente-se constrangido nesse nonsense.
Ficou mais difícil lidar com o instinto – antes admissível.
Sem sua atitude natural, maldade de juventude,
Descontração que se tornava combustível,
Sente-se o homem de ferro, enferrujado, talvez o homem-invisível.
A ganancia do corpo passa a fazê-lo querer voltar no tempo,
Um sofrimento que o faz arrumar qualquer jeito.
Mergulha em entretenimentos na tela da erotização,
Tudo fútil, cruel, efêmero, mané, sem noção...
Antes tiro no pé, agora tiro no peito.
Algazarra da alma fraca que faz mal o fazendo cego;
A loucura da luta sem nexo contra o relógio biológico...
Insiste na marcha à ré, achando que está de “quinta” no ego,
Mais um “prego”, pego em fragrante por si próprio.
A braguilha emperrada, a calça quase mijada
Pois não há tempo para outra “distração”.
O ontem foi tudo, o amanhã não é nada,
Ansiedade, idiotice, mesquinharia, ostentação...
A realidade o rouba a cada minuto que fica repassando as telas,
Acendendo as velas para o inverno de seu velório interno.
Perde o timbre, descarta a inspiração,
Torna-se mendigo sem-vergonha...
A luz no fim do túnel é o farol na contramão
Do caminhão-cegonha.
André Anlub®
(21/10/18)
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