" Deus, ou sei lá quem, continua criando mulheres e cuspindo-as nas ruas, e o rabo dessa é muito grande, e os peitos daquela são pequenos demais, e aquela outra é louca, e outra totalmente pirada, tem uma ainda que é religiosa e outra que adivinha o futuro em folhas de chá, há a que não consegue segurar seus peidos, e mais aquela que tem um nariz imenso, sem esquecer daquela de pernas esquálidas...
Mas de vez em quando, uma mulher entra em cena, em plena floração,
uma mulher extrapolando os limites do vestido... uma criatura feita de sexo, uma maldição, o fim de tudo. Ergui os olhos e lá estava, bem no fundo do bar."
Charles Bukowski - Cartas na Rua
Das Loucuras (“telefone ao menos uma vez... quatro, três, três”)
Bate um fio, bate um “zap”,
Estou com saudades...
Mentira!
É apenas carência de realidade.
Novamente o saudosismo puro,
Purê, Pinóquio, pavimentos da cidade.
O frango assado no forno com as horas assando a saudade.
A idade vai avançando com o tempo que aponta a chegada...
Instantes que se prevê o terremoto com a raiz firme da árvore.
Forte como um trem, o trilho que dita à passagem ao nunca,
É à força em inspiração de ferro, elo do dito: “força na peruca”.
A lembrança da casa que a mente tenta, abafa, expurga.
Notória sensação de tudo estranho: a orelha atrás da pulga.
Gigante, colosso, chumbo-grosso, esgrima...
Tudo que não cabe num sonho;
Fragilidade, afoitamento, afogamento, compridos...
Tudo que cabe na gaveta de cima.
Hora do mingau minguado,
Peixe linguado e farinha de maracujá;
Noites dormindo acordado;
Dias sem a corda no pescoço: sarava.
A saudade da facilidade dos tempos que já jazem,
Eis que surgirá mais uma vez
Aquela sensação de tormenta.
A armadura é posta,
O escudo e a espada nos braços,
Dois passos à frente...
E o sorriso e o abraço se fazem.
André Anlub
(23/11/17)
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