26 de dezembro de 2011

Incertezas

Ontem foi um dia simples
Leve chuva caiu
Em um lugar qualquer
Flores foram regadas
Novas vidas brotaram.

Buscam no céu rotineiro
De qualquer Deus jardineiro
Amor, fogueira que queima...
Aos olhos de todos que a notam.

Hoje é um dia simples
Há vida na terra.

Grãos que semeiam,
Toda a área que tateiam.

Há pingos e nuvens
Cinzas, leves plumas.

Molhando e apagando fogueira...
Das vaidades faceiras.

Diga...
Amanhã será dia simples?

Inovação e clareza
Futuro, não é fidúcia.

Temporal imoral
Extinguindo a fogueira.

André Anlub


22 de dezembro de 2011

Ainda é Tempo de Sorrir




Ainda é Tempo de Sorrir

Já fui desesperançoso
Já desisti de dizer amém
Sentia-me no fundo poço
Procurando e fugindo de alguém.

Já fui uma pessoa sem fé
Buscando salvação em todos
Andei milhas a pé
Vasculhei esgotos.

No final da vida me descobri
Achei o sorriso perdido
Foi em uma árvore que eu vi
A força do amor erguido.

A natureza me ensinou
Por mais fraco que eu possa estar
Tão forte que eu sou
Sou a natureza do amar.

André Anlub


17 de dezembro de 2011

Quão a lagarta

O amor sempre irá perseverar... Onde houver verdade
Como chuva caindo sem querer... Molhando com a mais bela intenção
Regando e fazendo vida
Revigorando a criação.

O amor acontece...
Sendo o ser autônomo
Como a lagarta que se torna borboleta
A beleza de dentro para fora
Aflorando na certeza de sua sensatez.

André Anlub

"Os as e es"

O cheiro da flor faz desejo
O corpo que sua e se alaga
O brilho da alma deslumbra
O poder da mão que afaga.

A força do beijo que revive
A luz dos olhos de quem ama
A chama faz incêndio no tálamo
A beira do abismo que insiste.

E dentro no corpo que clama
E os gemidos que altos inibem
E atrozes ouvidos enxeridos
E com inveja a todos deprimem.

André Anlub

14 de dezembro de 2011


Espírito de Natal é Natal de Esperança (Acróstico)

Espero ansioso o momento
Sossego não existe para mim
Presunçoso e atento
Indo e vindo sem fim.
Risadas nos lábios dos entes amados
Início da contagem regressiva do momento
Término de mais um ano cansado
O mês só poderia ser o dezembro

Dezembro de alegria e festa
Estouro de rolhas e fogos

Natal vem a tona felicidade que resta
Amigos, comidas e jogos
Tudo na mais saciada alegria
Até lembrar de uma criança carente
Latente, morrendo de fome na esquina

Enfim...

Nada ou “nothing”?
Antes falar em inglês
Tanta burocracia
Agora digo a vocês
Largo a hipocrisia

Dou a razão a quem tem
Era pra ser diferente

Entre o ser e não ter
Sempre o Natal é dos ricos
Pobres não tem nada na mesa
Esperam o velho barbudo
Recebem é muita indiferença.

Ao menos oremos por eles
Na hora da nossa ceia
Com pedidos de dias abençoados
Ajuda para os necessitados.

André Anlub

4 de dezembro de 2011

Flecha estimada

A flecha sai sem perigo
Mas atinge certeira o peito
Faz da idolatria o seu jeito
Não há escudo ou abrigo.

Empíreo foi miragem da vida
Largando as inúteis tristezas
Erguendo o amor, realeza
Tem-se ausência da ferida.

Com rugas da concupiscência
Transforma a paixão em excelência
O calor mais ameno agora.

Consorte na alma e espírito
Sussurro que se trocou pelo grito
Velando o amor que aflora.

André Anlub


1 de dezembro de 2011

O Trem da Vida

A viagem prometia nunca mais ter retorno
Na verdade parecia ser eterna
No trem da sua vida...
Esse comboio que nunca esquecerei.

Abrace-me igual aquele dia
A nossa primeira vez
Beijei-lhe naquela ponte
Deixei-lhe naquele trem.

No vagão da minha vida
Estação da minha emoção
Partiu sem despedida
Sem ouvir sequer um sim ou não.

Por entre verdes vales, montanhas
Eu posso enxergar com seus olhos
O voo dos pássaros nos lagos
O branco dos campos de algodão.

Sinto também o cheiro das flores
O perfume natural de você
Do mundo todos os odores
Que me faziam feliz em lhe ter.

De repente vejo seu braço estendido
E um bilhete na palma de sua mão
É a passagem para o trem que retorna
Vem de volta para o meu coração.

André Anlub

25 de novembro de 2011

Pelas marés II

Será doce despedida – sou descobridor
Afago amargo - sou nauta do amor
De repente um metediço Fenício
Em minha galé de imaginação e ofício.

Por dentro de tempestades – calor e frio
Mesmo sem bússolas - cem ondas gigantes
Convicto e forte, sustento meu brio
As marés e as luas são belas amantes.

Sobra abaixo o mar e acima o céu
Meu coração é um barco de papel
Sei que jamais nada será calmaria.

Mesmo em perigo eu clamo batalha
Se não está a contento, puxo a navalha
Corto nossos laços, futura vida sombria.

André Anlub

22 de novembro de 2011

Falho

Falho se tentar ser coerente
Se o real sentimento vem à tona
Quebra qualquer elo de corrente
Fagulha que se transforma em vulcão.

Falho se falsificar emoção
Escrito nas estrelas e na testa
Falácia que grita sem noção
A verdade é sempre o que resta.

Falho se não doar meu total afago
Cito as mentes balzaquianas
Tendo experimentado o amargo
São novas “Amélias e Joanas”.

Falho se achar que nunca falho
Pois sou de carne e de osso
Emoção acima do pescoço
Coração aberto com talho.

André Anlub

17 de novembro de 2011

O Meu Tom

Pegando as sucatas das poesias criei essa
Larguei a moderação e o respeito
E com despeito, no bolso guardo minhas mãos.

Joguei meus restos nesse papel nada higiênico
Tudo para expor o que há do nada... Somado ao vazio que sinto.

Minha má trajetória não é um mito
É por vez uma solitária que se alimenta... Do pouco que me faz bem
Tornando meu tormento um pesadelo infinito
Um parasita que no meu corpo habita nesse momento nada zen

Da tristeza que há, mesmo que no fundo, em qualquer sentimento bom
Passado para o papel de um modo íntimo
Em letras pretas, tortas e falhas
Que almejam transparecer o meu tom.

André Anlub

16 de novembro de 2011



Minha Musa

Em tronco de cajazeira
Com doce alma felina
Esquecendo-me do tempo e da vida
Farei escultura de sua sutil beleza.

Nos olhos o fino acabamento
Com corte vertical de navalha
Para de repente um momento
Uma lágrima dimana em calha.

Boca suave em longas ondas
Relevos da carne entalhada
Perco-me sem eira nem beira

Nariz que faz alvo uma estrela
Enfeita o olhar que ilumina
Meus beijos em farpas que cortam.

André Anlub

10 de novembro de 2011

Me vi pela vida

Sai do ostracismo
Marasmo jamais
Abri a janela!
Larguei a bebida, peguei minha magrela... Sai para a vida.

Chamei de “tesão” a donzela!

Curtindo meu tempo, pois o mesmo é curto.
Um absurdo, com tudo no mundo e tudo voa ao vento

E o contentamento?

Larguei a tristeza, cuspi na grandeza com delicadeza
Senti a brisa no rosto, me vi pela vida.

Não sou mais esboço!

Mostrei o dedo pro desgosto... Com muito gosto
Cicatrizaram feridas.
Pude retornar feliz, com a incumbência resolvida
Viram-me pela vida, como eu sempre a quis.

André Anlub

8 de novembro de 2011

"Algemoso"

Escorre nos pensamentos
Escorre com toque de nostalgia
De vazia se faz cheia, mas agora de poesia
Do pó ao pó.

Mente criativa na ativa... Ativa idéia
Filosoficamente velha, é nova, pode ser tudo
De sol a moribundo, de amor a moribundo...
O que acharem melhor.

Dentro da imaginação tem tudo
Mente ou não, em mente

De lagarta a borboleta...
São iguais, outrora diferentes
A cor roxa é violeta
Papo benevolente
Que prende.

“Algemoso”.

O poeta magoado
Sóbrio ou ébrio
Sendo que anda fazendo curvas
Caminhos são fardos
Infernos são céus
Todos os gatos são pardos.

André Anlub
"

4 de novembro de 2011

Conte-me

E as primaveras
Falo, todas elas...

Contam-me cores mil.

E os outonos
Digo, só alguns poucos...

Tingem de laranja as fachadas.

Os verões
Vestem ouro...
Ardendo em sol todas as madrugadas.

Invernos
Nuvens são como espumas do mar
Estações que variam com a chuva...

O sol que ofusca meu olhar
É o mesmo que ilumina meu rumo.

Como dizer em qual delas está você?

André Anlub

1 de novembro de 2011

Imponência

De uma forma deveras palpável
A grafia renasce no arcabouço
Vindo de uma sensação mutável
Tornando-se finalizada ante o esboço.

As letras jamais envelhecidas
Amareladas com rigidez perene
Órfãs sem jamais terem nascidas
Lapidadas pela sutileza do cerne.

Apólogo nas mentes funcionais
Decreto soberbo dos irracionais
É boa imprecação em todas as formas.

Sem acatamento diante da alusão
Dona de si perante comunhão
Jamais dará ouvidos às normas.

André Anlub


24 de outubro de 2011

A Idéia quer Se Mostrar

Uma idéia na cabeça
Um corpo e otimismo
Não falta mais nada
Para chegar a lugar nenhum.

Tenho que por para fora
Explosão, realismo
Vou somar, multiplicar
Um mais um...

Quem tem põe, quem não tem passa a ter
Tem para mostrar, expõe...
Talvez esconda para ninguém ver

Uma idéia na mão
Tela, poesia, escultura
Não sou Rodin para chegar à perfeição.

Procuro sonhar, ponho para fora, realizar
Só se for agora...

Nunca serei um Van Gogh
Malfati, Bouguereau, Renoir.

Quero trilhar caminhos dos sonhos...
Dos alucinados pela arte...
Do melhor que posso dar.

André Anlub

22 de outubro de 2011

“Desabaflorando”

Hoje acordei perturbado, na verdade nem acordei
Nesse sucumbir, perdi a guerra, minha missão
Desarmado, “desamado”, sou um “não”...
Em um poço sem fundo, por dentro da lama, no fogo... Sou rei.

Reinando no ruim, posso tocar o céu
Pronunciar o som do amor, do ódio e da morte
Que tal ser a saliva ácida da besta... Ou até o mel
Da sangria desatada, que faz rios, sou o corte.

Fatos e revoluções habitam minha mente
Minh'alma quer ser livre, ela tenta novamente
Enxergo o que quero, quando e como quero.

Falo devagar, como um ébrio maldito
Faço citações de papiros do Egito
Crio rimas poéticas, jogo fogo em tudo... Sou Nero.

André Anlub

14 de outubro de 2011

VÍDEO PARTE I



Cheers

O berro, o bar e a brisa
O copo brusco que vai ao chão e não quebra
Um velho bilhar... E quando fico em sinuca...
É o velho frio na nuca.

O jukebox é disputado
Também o jogo de dardo...
Que tem uma foto amarelada,
do Sarney, toda furada.

Esse bar não abre nem fecha
É flecha sempre lançada
Pois o coração do poeta
Não seca, não se afoga... Não nada!

Absinto é homeopático
Cerveja cria uma grande barriga
O garçom pra lá de simpático...
Sempre serve uma dose extra
Com uma porção de lingüiça.

Temos que chegar diariamente
Com uma pequena prosa
Que fale de espinho ou da rosa
De um culpado ou inocente.

Com ela batemos o ponto
Sairemos só muito tonto
Chamando urubu de meu louro...
Deixando a freguesia contente.

Garçom, um Southern Comfort...
E um copo cheio de gelo
Aproveitando minha falta de zelo
Com meu fígado guerreiro.

Hoje trouxe do meu terreno
Colhi praticamente agora
Gostoso é feito na hora
Deixa o ébrio ameno.

O aipim não é brincadeira...
Tem mais alcunha que o poeta
Alguns conhecem com outro nome
Pode ser mandioca ou macaxeira.

Frito desce redondo
Cozido desce oval
Com uma cachaça de rolha
Entramos em um vendaval.

Hoje trouxe esse conto
Amanhã venho com outro
Vou para uma taberna
Uma prostituta me espera.

André Anlub

VÍDEO PARTE II

7 de outubro de 2011

Faz Valer

Porque nem sempre só há dor
em todas as praças, sorrisos,
em muitos lares, união....

De mãos dadas com seus filhos,
preparando, amenamente, nova prole.

Porque nem todos são só prantos,
alegres, tristes ou indecisos,
fazem do amor seu principal tempero...

Capital inicial, sua matéria prima,
espírito imortal.

Porque a poesia faz encanto...
dentro, ou fora, de paredes sólidas,
voando, sem perder as forças...

Pelo infinito mais belo.

André Anlub

1 de outubro de 2011

Sair, Saindo

Vou sair por este mar vagabundo
Onde não pode apoiar-se nas paredes
Nem no domingo se deita em uma rede
Só digo gritando que sou dono do mundo.

Olhando o céu sobre minha estrada
Vejo um futuro quase sem mágoa
Uma ablução com a beleza da água
Que bebo e utilizo de estada.

Mas se a imundice visitar-me
E com seu odor e despudor, encruar-me
Terei que refazer minhas malas.

Quem sabe em uma ampla casa eu viva
No horizonte da minha mente ativa
Que são, no dia a dia, minhas salas.

André Anlub

28 de setembro de 2011

Navalha de Occam

Entre todas as teorias em uma cabeça,
Existe uma mais fácil de explicar e entender
Pergunta-me: Por que pedir adeus?
Um trocadilho? Jamais, erroneamente, irá saber.

Se já deu no que foi... Não perpetue a casualidade
É egoísmo, pois não existe mais porvindouro
Falácia e falsa moralidade.

Não me venha com mais explicações
Sente que as nuvens negras irão sumir...
Pensa se o tempo pode parar...

A aversão é um elo para desunir?
Acha loucura sentir e pensar?

Onde está a razão?
Onde está o sentimento?

Busca no âmago do interior,
Com a redundância desse momento.

O terror de não ter mais emoção...
Nessa ação que lhe faz tão bem

É a vontade de estar vivo...
Voando a favor do vento.

Mas de encontro a um trem.

André Anlub

23 de setembro de 2011



Utópico tempo

Disseram-me para dar tempo ao tempo
O mesmo passou...

Sóis e luas, estações, os anos
Rugas, cabelos brancos.

Perdi alguns amigos
Ganhei alguns zunidos.

Não soltei pião
Nunca aprendi violão
Jamais namorei de mãos dadas
Tampouco chutei latas.

Perdi praias e cachoeiras
Ganhei cataratas.

Dar tempo ao tempo?
Eu o fiz...

E ainda não fui feliz!

André Anlub

22 de setembro de 2011

Sol do teu amor

Vejo-te, doce imagem de bucólico viço
Cheiro-te, aroma que me fecha os olhos de prazer
Ego insaciável é te querer
Penetra, espeta a alma como um ouriço.

No doce mel dos teus beijos
Deleito-me, saboreando tuas curvas
Teus olhos abrem e fecham, negras uvas
Chegas ao ápice do gozo em real ensejo.

Não há força no mundo que persista
Exceto os gritos de prazer que tu bradas
Dos teus desejos, meu coração é filho.

Sinto minhas asas na cama alada
Em êxtase total que o corpo insista
No sol do teu amor, de intenso brilho.

André Anlub

20 de setembro de 2011



Eternidade da palavra

É surreal! Assim como a vida
Inspiração imaculada, poesias e uni versos
Abarcando campos, lagos e hipotéticas estórias
Curando cortes, desenhando e apagando feridas.

Sento-me a beira de um alto precipício
O crepúsculo gentilmente e sempre me acompanha
Pego o bloco, meu ofício de um todo fictício
Delineado, não há política tampouco barganha.

Inteligência não é democrática, nem deve ser
A pura verve, que nos toca o ser
Tornar-se-á estática e criação

Ao surgir de uma bela ave avermelhada
Remeteu-me a uma estrada, inventiva jornada
Que de pés descalços, sou um sheik, menino ou ancião.

André Anlub

18 de setembro de 2011

Saudades

Tenho saudade da minha infância
Meus amores de adolescente
Da minha imaginativa elegância
Da minha fé crescente

Sinto saudade de grandes amizades
Amigos do peito
Sem desigualdades
Para tudo dá um jeito

Não me falta saudade do tempo livre
Não precisar de relógio algum
Mergulhar fundo na emoção que tive
Sentir uma felicidade incomum

Demasiada saudade do meus amigos que se foram
Uns muito cedo, outros não
Amigos que ficaram distantes
Até os que me deixaram na mão.

André Anlub

16 de setembro de 2011

(Texto Poético)


O ser notívago

Avenidas vazias, mãos e contramãos de molambos
Pelos mausoléus de fantasmas, passam colecionadores de isqueiros inúteis...
Catando lixos, latas e vidas ocas.

Sem pressa, arrastando corrente e levando seu corpo moribundo
Andam se esquivando de nada e balançando ao vento.

Ao som de motores noturnos, a luz dos postes e faróis...
Muitas vezes os remetem a uma vida de festas,
Uma existência regada a drogas que foram trocadas por comida e sexo.

Expectativas são contratempos de eras e momentos que não passam
Das bocas as mais puras conjecturas, dos olhos as bulas de remédios de leituras
Desenfeitam qualquer paisagem, enfeiam o que de pior que há.

Na fantasia de um deles surge um pássaro de bela penugem
O canto uma variação de tenor e gênero lírico, sublime delírio
Com o toque de um panorama, o inverno senta na primeira fila.

Não existem sapatos, pisa descalço em uma linda grama verde
Entre seus farrapos e uma velha esteira
Acabou o artefato, passou a bola, a doideira e a cola
Chega enfim o “canto” de uma britadeira.

André Anlub

15 de setembro de 2011



A Música Dos Dias (acróstico)

Amanhecer pesado

Musicas de pássaros agitados
Uma sinfonia desorganizada
Sons por todos os lados
Inicio de uma alvorada
Ciclo de uma jornada
A cada instante som irrelevante

Distante da calmaria das cidades grandes
Ostenta um verde ridículo
Selva, matas, coisas desse tipo

Destreza da mãe natureza
Invade com muita clareza
A minha paz juvenil
Sussurrando que estou senil.

André Anlub
Imagem: Web

13 de setembro de 2011


Cicatrizes

Sou eu...
Rosa com espinho que desabrocha
No silencio da gota do orvalho, sou eu...
Ontem o hoje e o amanhã, sou aquela
Ferida aberta que insiste a não cicatrizar.

Sou a lua, sou o sol, sou de carne, sou papel
A estrela mais linda nesse insensato céu
Criatura de mil fases, com alegria e tristeza.

Sou aquela que...
Ama como o cravo e a flor-de-lis
Amo-te por inteiro em você vejo a luz
Em mim o teu descanso de guerreiro...

Mas e eu? Eu sou...
O próprio guerreiro ferido
Mas que ainda peleja por teu amor e glória
Que te abraças, ergues e idolatra.

Por entre mundos e dimensões...
Enfrenta o frio, calor, demônios e dragões!

Sou a gentileza, e de tuas belezas as mais puras sedas
Ser mais amado, no âmago nunca enganado
O toque sutil, que te envolves em um prazer ínfimo
Sou tuas geleiras, em tempos acamados
Tuas cem cicatrizes de tuas vis veredas.

Somos um e outro
Brado e sossego
Sendo um no outro
A mais divina inocência!

Fabiana Mariano e André Anlub
Imegem: Web

28 de agosto de 2011

Disseram Por Ai: "Não Aguenta!, Bebe Leite"


PRABEBADO

Quem tudo pode-se enganar
Que disse que foi bode
Foi dono do céu e do mar
Comigo ninguém pode.

Que foi o rei da Espanha
Se tocar vai arranhar
Sempre bate nunca apanha
De Jesus vai duvidar.

Mas o bêbado coitado
Nem vai se lembrar
Com a vida no aloprado
Com a vida sem pensar.

Mas pra tudo há o lado bom
A merda que fede sempre tem que cheirar
Num grandioso som
De uma flatulência no ar

André Anlub

23 de agosto de 2011

Matéria Sobre o Cão Copie o Link Abaixo:

http://www.interney.net/blogs/inagaki/2007/10/17/o_cachorro_que_morreu_de_fome_em_nome_da/


Arte Contemporânea ou Morte da arte...?!

Mataram um cão...
e quem foi o cão?
o cão que morreu
ou a arte do ateu?

Sem alento e bem atento
Sem acerto e sem talento
Na busca da fama
Pela grana, fez-se lama.

Mataram a arte
jogaram no lixo
esfaquearam o trabalho
arte fácil é um risco

É a contemporânea
rasgando a distância
da beleza da criação
com a criação de um lixo!

Sem limite e piedade
Mostra no feio e no torto
Dizem ser realidade...
Faz o que é vivo cair morto

Nos empurram goela abaixo
Com prego e pimenta
Fazem por terem espaço
A exposição que ninguém aguenta!

E nós artistas, coitados,
Somos empurrados aos escombros
ou matamos a arte...
ou morremos como pombos.

Por André Anlub e Márcia de Sá

22 de agosto de 2011

22 de Agosto Dia Do Folclore


Nossas crianças

Criança que brinca com pião, pula corda e amarelinha
Às vezes solta uma pipa e no seu voo a imaginação vai junto.
Brinca de futebol de botão, jogar bola na rua, é o dono do mundo

Pensa, para que serve o relógio?

O tempo é infinito e o viver é além de bonito, subo sempre no pódio.

Cuidado que a Cuca vem ai, Bicho Papão, o Saci Pererê...
Se cuida eles podem lhe ver, suba logo na árvore!

Usando a imaginação, em um mundo só seu, tudo pode acontecer
Lendo Monteiro Lobato, as idéias no ato, vão no mato da vida...
Florescer.

Os adultos serão sempre crianças também
Só ficaram mais velhas, é o destino de todos.

Juntos nessa grande família, a brincadeira cria vida, voa além....

Se entender que papai e mamãe, viveram uma história, um conto de fadas
Se aproveitar a infância, aumenta a esperança, nascem almas aladas.

Querendo de todos o bem, para seguir trilhos certos, entrando em um trem
Esse é o trem da alegria, satisfação, o verdadeiro amor.
E por fim, guardados os brinquedos, benzidos os sonhos...
Durmam bem e amém.

André Anlub

Imagem:Web

20 de agosto de 2011


A(cama)da Mulher!

O gramofone e uma leitura, novo dia e nova jornada
Lá esta ela, com seus contra tempos, mas com demasiada calma
Paciente em recuperação, reabilitação que pinga lentamente
Do conta-gotas da existência...
Feito um veneno que não provem de uma serpente
Foi fabricado pela própria vítima.

Com os elos da corrente, que aos poucos se quebram
Já é tarde, mas não tarde demais
Riquezas e uma antiga beleza
Que se perdeu na memória...

Com sua boca mais contundente
Boca que exprime e se alimenta
A rosa que calou e novamente fala.

Santos nomes foram pronunciados
Pelas igrejas, mesquitas e casas santas que passou
Tugúrios, de madeiras podres, em que se apoiou e derramou o pranto
Que outrora usava para seus pecados.

Atualmente coleciona livros
Bíblias, alcorão, guita e outros livros santos
As estantes cheias, coração vazio
Sem respostas, cem perguntas
Segue sucumbido nesse calafrio!

André Anlub (20/08/11)

10 de agosto de 2011


Miúda, Van Gogh e Matisse

Os meus cães são meus amores
Senhores, donos da situação
Eles não guardam rancores
Nunca me deixam na mão.

Vivem com a língua para fora
Mendigando carinho
Brincar, só se for agora
Detestam ficar sozinhos.

A Miúda peguei na estrada
Estava ensopada e com frio
Com certeza foi abandonada
Por algum individuo sombrio

Van Gogh eu adotei pelo GAPA
Grupo de assistência e proteção animal
Eles cuidam de animais maltratados
Fazem um trabalho legal

Matisse é o rebento dos dois
Cão lindo, parceiro e afável
Cresceu parrudo e profícuo
E tem um humor instável

Assim sigo com os meus filhotes
Dando afeição, ração e amor
Sou uma pessoa de sorte
Por deles receber o calor.

André Anlub


7 de agosto de 2011

Falando Sobre Preconceitos


Por André Anlub

Alguns não gostam de meninas que se vestem vulgarmente, sem sutiã e com uma micro saia!
Alguns não gostam de tatuagens muito à mostra!
Alguns não gostam de pessoas com cabelos coloridos, piercing no umbigo, nariz ou lábios!
Uns não gostam de branquelos demais, outros de negros demais!
Muitos não gostam do simples fato de ser "demais"!

Preconceito todos nós temos, não sejamos hipócritas! Mas não temos o direito de expor nossos preconceitos, e muito menos influênciar parentes, filhos ou amigos com os mesmos!

O mais importante é não deixar subir á sua cabeça o seu preconceito, não ultrapassar o limite do "não gosto"! Às vezes não gostamos de uma, ou outra, coisa pelo simples fato de não entede-la, não conhecê-la! Após mergulharmos mais fundo em tal assunto podemos passar até a gostar!

Quando falamos em preconceito pensamos sempre no homossexualismo, mas vai muito além disso, é como um horizonte que você vê mas nunca chega nele!

Um dos maiores preconceitos enrustidos que vivemos é em relação ao ter dinheiro e ter menos dinheiro! Veja bem, não falei em rico e pobre e sim em quem tem menos que o outro!

Seu vizinho tem o mesmo carro de valor acima de 60 mil mas é três anos a frente do que o seu! Você já acha que ele te olha com preconceito?
O filho dele está naquele colégio mais caro e vai de motorista com ar condicionado, enquanto o seu filho vai de topic cheia de gritos e empurrões! E o olhar?

Eu mesmo já fui preconceituoso em silêncio! Não queria recitar poesia, que ao mesmo tempo era de certa forma, um preconceito homofóbico! Por que? .... Porque eu não queria passar uma imagem minha afeminada, achava que recitar poesia era coisa para mulheres! Isso foi há muito tempo! rsrs

5 de agosto de 2011


Só Mais uma Coisa!

Procuro um tempo mais belo
Sem desvios e maus pensamentos
Além de régua na felicidade

Escritos nos desenhos que formam as estrelas
Vi seus olhos belos, imponentes
Sorriso franco e puro.

Vi também a aflição, moribunda e vadia
Morrer sem velório ou enterro, sem desespero e futuro
Sem carpideira, sem fronteira ou muro.

Muito aquém ou além de qualquer coisa
Aliança no dedo e coração
Fez-me melhor, lhe fez consenso
Vi amor verdadeiro, respeito e viço!

André Anlub

3 de agosto de 2011


Acesso da Fantasia

Milhões de vozes me chamam
Atrozes escritores que banham
Terror e beleza de sonhos! Mensageiro nas portas
Comporto a inspiração derradeira

Tu és a única, esperança do divino
Fazes soltar tintas em papéis
Mas me engano ao pensar que perecerás
Pois sempre precede o silêncio da balbúrdia dos sinos!

Portas que tu abres chaves que nunca perdes
No engodo do fracassado, tu renovas, acordas a cada letra
Fazendo valer o som das trombetas
Trazendo harmonia as flautas que ergues.

André Anlub

22 de julho de 2011



Livro do Mal

Foi a mais bela de todas
Vivia em seu castelo protegida por um dragão
Usava ouro, jóias e vestidos de seda
Ninguém podia lhe tocar a mão.

Era pintora e falava mais de dez idiomas
Sua voz era de um belo tom
Tudo de nada serviu
Pois de casa nunca saiu
Para expor o seu dom!

Passava o dia inteiro cantando e escrevendo em sua redoma
Já havia escrito mais de cem livros
Entre contos, prosas e poesias
Havia um que era exclusivo.

Um livro de poesias sobre a vida
Sobre ser o que nunca virá a ser
Falava sobre viver com várias saídas
Livre arbítrio para beber e comer.

Narrava a vida em Gomorra e Sodoma
Sobre vinhos e depravações
Subtrações que se revolvem em somas
Mostrava quase todas as emoções.

Mas o seu tempo foi passando
A velhice chegou
Sua pele foi enrugando
A demência lhe pegou.

Por fim morreu com seus escritos
Nunca o mostrou.
A verve que antes perdida
Surgiria agora como um mito.

As datas foram ocasião
Os livros que o passado deixou fora
Atualmente em uma escavação
Acharam essa biblioteca de outrora.

O mundo caiu em sobras
Sua escrita alguém publicou
Tal sombra do mal o devorou.

Não tinha asteróides nem cobras
Nem as previsões de sábios
É o puro armageddon de alfarrábios.

Embora seja só uma história
E o livro não tenha o menor dolo
Bebemos o vinho e comemos o bolo.

Tomando cuidado com a verve
Sabendo sempre o que lê
Com atenção no que escreve
Fazendo a escrita valer.

André Anlub

18 de julho de 2011


SÓ MAIS UM SER

Dou mais uma chance a razão
Saindo do meu refúgio careta
Vago na galáxia dos incertos
Sem querer povoar nenhum planeta

Me lembro de uma época remota
Uma casca de ovo inquebrável
Por dentro um grande tesouro
Por fora muro branco sem porta

Sinto grande aperto no peito
Respeito o meu modo de ser
No culto a beleza, piso com despeito
Uma rosa, espinho do mal querer

Com singela venda de fogo
Fico cego, quente e vaidoso
Quando toca-me quebrando a casca
Me forma um homem de um feto formoso

Muito além de mais tudo
Obtuso, convexo e concreto
Um vampiro banguela na boca do mundo
Um ser feliz, alegre e incompleto

André Anlub

16 de julho de 2011

(Plágio)



Erro Crasso

Um erro crasso é achar que os plagiadores só fazem plágios de poemas bons. Pensar isso pode mexer com o ego do atingido e o mesmo não denunciar! Pelo contrário, tornar-se amigo do plagiador!

A barganha no meio cultural é algo mais antigo que a barganha sexual! Pintores ateus pintavam deuses para a Igreja católica em troca de divulgação, dinheiro e fama!

Não deixe que o ego suba à cabeça! Não se plagia poemas porque são bons, e sim porque não são tão conhecidos!

Faça um teste! Pegue um trecho de um poema seu e “jogue” no Google, ou mesmo na pesquisa do Orkut! Com certeza esmiuçando bastante irá encontrar muitas cópias sem sua assinatura!

Mas não seja alvejado novamente pelo ego. Copia-se de tudo, bom, ruim, bonito e feio!

Temos como exemplo muitos modismos atuais!

Esse pequeno texto não é nada pessoal, não visa atingir ninguém, só se espera que entendam que o inimigo também tem olhos, ouvidos, boca, pernas e principalmente mãos! Ele sabe afagar!

Abraços amigos, muita inspiração!
André Anlub

11 de julho de 2011


Sem Limites

Absurdo é querer-te assim
Como um mendigo na chuva, querendo comida
Sentir a dor de cada segundo do tempo sem ti
Rosa sem florescer.

Falaste sujeira pra mim
Me pisaste, chorei
Te quero, cegamente, sem fim
Meu querubim, meu diabo.

Por vezes imploro perdão
Sem mesmo ter pecado, na cruz
Tu enfias os pregos em minhas mãos
Grito pra todos e tudo...
Te amo e te peço perdão.

André Anlub

9 de julho de 2011


Eternidade da palavra

É surreal! Assim como a vida
Inspiração imaculada, poesias e uni versos
Abarcando campos, lagos e hipotéticas estórias
Curando cortes, desenhando e apagando feridas.

Sento-me a beira de um alto precipício
O crepúsculo gentilmente e sempre me acompanha
Pego o bloco, meu ofício de um todo fictício
Delineado, não há política tampouco barganha.

Inteligência não é democrática, nem deve ser
A pura verve, que nos toca o ser
Tornar-se-á estática e criação

Ao surgir de uma bela ave avermelhada
Remeteu-me a uma estrada, inventiva jornada
Que de pés descalços, sou um sheik, menino ou ancião.

André Anlub

8 de julho de 2011


Utópico tempo

Disseram-me para dar tempo ao tempo
O mesmo passou...

Sóis e luas, estações, os anos
Rugas, cabelos brancos.

Perdi alguns amigos
Ganhei alguns zunidos.

Não soltei pião
Nunca aprendi violão
Jamais namorei de mãos dadas
Tampouco chutei latas.

Perdi praias e cachoeiras
Ganhei cataratas.

Dar tempo ao tempo?
Eu o fiz...

E ainda não fui feliz!

André Anlub

7 de julho de 2011


Sol do teu amor
 
Vejo-te, doce imagem de bucólico viço
Cheiro-te, aroma que me fecha os olhos de prazer
Ego insaciável é te querer
Penetra, espeta a alma como um ouriço.
 
No doce mel dos teus beijos
Deleito-me, saboreando tuas curvas
Teus olhos abrem e fecham, negras uvas
Chegas ao ápice do gozo em real ensejo.
 
Não há força no mundo que persista
Exceto os gritos de prazer que tu bradas
Dos teus desejos, meu coração é filho.
 
Sinto minhas asas na cama alada
Em êxtase total que o corpo insista
No sol do teu amor, de intenso brilho.

André Anlub

27 de junho de 2011


“Dialongamente” Falando

Podem chamar de ironia
Realidade ou fantasia.

Podem até me discriminar
Calar minha boca, mandar parar
Mas minha voz tem força
E digo que meu grito, poder
Não me enforcam nessa forca
Como?
Vocês não irão saber...

Podem começar um sermão
Pode ser que eu não durma
Sou mais forte que aparento
Sou mais leve que uma pluma.

Por vocês eu só lamento
Meu pranto irei sorver
Digo que não me adianto
Como?
Vocês não irão saber...

Podem me vendar os olhos
Costurar, apertado, meus lábios
Se disserem que são sábios
Podem jogar seus cérebros aos porcos.

Podem dizer que sou debochado
Direi que tenho armadura
Torturar-me-ão
Farão queimaduras.

Não sentirei o queimado!

Como?
Então irão saber...

Só digo que sou amado
E amando sigo a viver!

André Anlub

19 de junho de 2011




Meu Rio de Janeiro

Como pode alguém amar tanto um lugar
Tuas praias, montanhas, que emanam o amor
Curvas das ruas e de tuas crias
História, memória, um glorioso legado

O amor materno que sempre me banhou
De pequeno a adulto, do teu jeito fui criado
Beleza bronzeada da cor do pecado.
O carinho do toque de tua maresia
A visão e beleza do nosso senhor.

Fim de tarde, pés descalços, no arpoador
Uma estrela do mar e do céu que os meus olhos saciam
Da primavera ao inverno no teu colo a vontade
Quando a faca te fere também sinto a dor

Meu Rio perfeito
Quero-te bem, quero-te sempre
Mostras para o mundo inteiro
Que tu amas, és fiel, amor verdadeiro.

André Anlub

Rio de Janeiro a Janeiro

Agora vou me exprimir!
Saudade quando acordo e vou dormir!
É difícil acostumar-se em outro canto
Falo do calor abaixo das “asas” do Redentor...
Nas curvas do seu manto
Como ondas... Beleza e louvor!
Perdoe-nos...
Eu e meu pranto!

André Anlub

17 de junho de 2011



Insensatez

Sentindo na garganta a paixão queimar
Fel que traz a cura e dá sustância
Tsunami de alento em abundância
Sinto que sou escravo do próprio amar.

Por vezes um rei sem meu reinado
Por horas cão, sem osso e dono
Ama sem carecer ser tampouco amado
Doa a alma velando seu doce sono.

Mas na inocência de uma criança
Vi-me protegido do mel ao favo
Por fim cobrindo-me o corpo de esperança.

E o fardo que carrego sem rezinga
A insensatez do meu ato, sangue que pinga
Fazem poças, sujam as mãos que já não lavo.

André Anlub

14 de junho de 2011



DOE, NÃO DÓI

Doe sangue, doe vida
Doe órgãos, dê uma saída
A vida é curta, curta a vida
De uma chance de alguém viver

A fila é longa demais
A espera é dolorosa
Faça uma ação amorosa
Não deixe a bondade para trás

Não é ser altruísta
Não é ser caridoso
É ser simplesmente humano
Generoso

Querendo ou não doar
Passe adiante a mensagem
Para alguém se informar
E iluminar sua imagem.

André Anlub

13 de junho de 2011

123° Aniversário da Morte de Fernando Pessoa


"Alguns têm na vida um grande sonho e faltam a esse sonho. Outros não têm na vida nenhum sonho, e faltam a esse também."
(Fernando Pessoa)

Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
(Fernando Pessoa)

12 de junho de 2011

Meu Livro: Poeteideser (Poeta Hei de Ser)
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Contato: andreanlub@hotmail.com

6 de junho de 2011


SEGREDOS DE AMOR

Almejo no teu olhar tua sinceridade
Na voz, sons de flautas doces, mistérios
Deixo pegadas salientes nas saliências de tuas curvas
No meu sentir, nos teus quereres, o elixir doce de nossa igualdade.

Mas se na tua fonte me tiraste o meu banhar
Não for mais minha panacéia
Ocultares o amar e desenterraste o desapego
Deixas-me em estrada deserta, sem placa, com medo.

Sinto que de certa forma estou em um purgatório
Onde se encontram carrascos de afagos e castigos
Teu doce segredo destoa, se mostra imponente e notório
Mas logo surges em beijos e um abranjo amigo.

Por fim torno-me teu amo
Tua bondade, sensibilidade e clareza
Afogas as mágoas e avarezas
Pedes para eu gritar, em tons inaudíveis, o quanto te amo!

André Anlub

1 de junho de 2011

Dois Duetos que me Deixaram muito Honrado e Feliz



POEMA ROMÂNTICO
(Lena Ferreira & André Anlub)


E das cores pintadas no
espaço
eu escolho a mais bela,
a brilhante
colho o sol dos seus
olhos castanhos
e me faço em sorrisos
e em abraços

Resgato a pureza, o
toque e odor
elixir da liberdade da
alma
de um instante que
torna-se eterno
meu recanto do mais
puro fervor

E das pétaals de
flores, suavidade
e o perfume que
embriaga minha alma
levemente me refaço do
cansaço
lentamente me conecto
com o Supremo

E no sonho, o afago, eu
espremo
E em você sou mais
forte, mais um passo
coração resistente,
puro aço
o meu sangue, corre
quente, eterno amor




NERD'S BLUES

(André Anlub & Lena Ferreira)

Subsídios voam através do tempo
Palavras, sons, música e poesias
Dão carga na bateria do contentamento
Impondo vida, expondo tudo, a todo o momento.

E voam a céu aberto, alargam a mente
impactando, provocando reações
incomodando os tantos descontentes
revelando ao mundo considerações.


Correria na frente da velocidade da luz
que transcende o entendimento
que outrora era a era do conhecimento
no momento transforma-se em tempos de informação.

E informados vão além do próprio Tempo
avançam, alavancando o eixo torto
ventando a mudança do Novo Vento
ressuscitando o verbo que ia morto.

26 de maio de 2011



Finalidade da Arte

Abranjo o pincel como se fosse meu pai
Chega de despedida, chega de adeus
A inspiração chegou, a timidez se foi
Sou Netuno, Odin, Zeus.

Faço um traço, entro em ação
Cores dimanam do meu pensar
Encéfalo explode, ogiva nuclear
Arco-íris, cogumelo, refração.

Começam a germinar imagens
Transpor o que tinha na gaveta da mente
Minhas passagens, viagens incoerentes
Saem absolutos, imponentes, pelas mãos.

Os "nãos" e os "sins" de outras épocas ou horas
Conspurcam a tela branca
Formam uma figura que desbanca
A imaginação do artista, sua história.

E pronto, o rebento lindo e bem-vindo
Ali, a sua frente, imaculado
É mais uma obra, quase do divino
Da verve, alento, do artista amado.

"Gosto de pintar, gosto de poesia, de escrever, tocar bateria, gosto de viver, longe da vida vazia, faço das artes minha orgia."

André Anlub

23 de maio de 2011

Nossos Litígios



Nossos Litígios

Pelos nossos próprios litígios
Tentei organizar nossas vidas
Apagando insensatos vestígios
E acendendo e excedendo as saídas.

No doce ninho, que mesmo em sonho
Onde criamos rebanhos, rebentos
Em águas límpidas que fazem o banho
Depurando, em epítome, nossos momentos.

Amontoando em vocábulos incertos
Vejo e escrevo, em linhas tortas, n'alma
Optando por esse amor na justa calma
Nas brigas que expulsam demônios e espectros.

Mas na sensatez do amor verdadeiro
Vi-me lisonjeado por ser o primeiro
O real, fiel e o ardente.

Sou o qual lhe agarra a unhas e dentes
Sendo o mais perfeito, da paixão, mensageiro
Andando feito ébrio a passos doentes.

Mesmo se somassem todos os números e datas
Secassem todas as águas do planeta
Encharcando sua face que no ápice da tormenta
Sempre responde com lisura imediata.

O ardor do âmago do seu ser
Acabou escrevendo minhas linhas
Nesse bem querer de minhas rinhas
Só, e mesmo cego, posso lhe ver.

André Anlub

19 de maio de 2011

DIA DO ABRAÇO



Amplexos

Grito, pois quero abraçar-te
Já preparo a invasão
Esperei o tempo que postergaste
Irei com lanças, bandeiras e canhão.

Não me compres com ouro, beijos ou afagos
Nem tampouco demandes perdão
Mesmo que tu chames deuses e magos
Nada, ou ninguém, far-me-á oposição.

Meu exército está a caminho
Sei que jamais me deixaste sozinho
Mas quero galgar meu quinhão.

Um abraço amistoso
Apertado, quase acamado, generoso
Amplexos na alma e coração.

André Anlub

18 de maio de 2011


Nossas crianças

Criança que brinca com pião, pula corda e amarelinha
às vezes solta uma pipa e no seu voo a imaginação vai junto.
Brinca de futebol de botão, jogar bola na rua, é o dono do mundo
pensa, para que serve o relógio?
O tempo é infinito, e o viver é além de bonito, subo sempre no pódio.

Cuidado que a Cuca vem ai, Bicho Papão, o Saci Pererê...
se cuida, eles podem lhe ver, suba logo na árvore!
usando a imaginação, em um mundo só seu, tudo pode acontecer
e lendo Monteiro Lobato, as idéias no ato, vão no mato da vida...
florescer.

Os adultos serão sempre crianças também
só ficaram mais velhas, é o destino de todos.
Juntos, nessa grande família, a brincadeira cria vida, e voa além.

Se entender que papai e mamãe, viveram uma história, um conto de fadas
se aproveitar a infância, aumenta a esperança, nascem almas aladas.
Querendo, de todos, o bem, para seguir trilhos certos, entrando em um trem
Esse é o trem da alegria, satisfação, o verdadeiro amor.
E por fim, guardados os brinquedos, benzidos os sonhos...

Durmam bem e amém.

André Anlub

15 de maio de 2011



Sorriso da Hiena

Deitada sob a sombra da árvore de José
A lua aos poucos se movia para iluminá-la
Cantarolava uma melodia incomum, algo como uma sinfonia sem ritmo, sem fala
Odores de diversas origens se espalhavam
Para quem amava, eram prazerosos perfumes.

Como existe a variante do ganho e da perda do orgulho
É como ebulição da pura causa
Na hora que a água seca, mesmo que seja tarde, é valiosa
Como um embrulho sem fita, laço, cartão sem prosa.

Caminhando só, com os pés no chão, perdeu a identidade
Perdeu a sinceridade
Achou amargura
Colheu perdão.

Seu olhar perpetua-se em um passado próximo
Uma época boa de ilusões não descobertas
Um passado de campos e doces sons
Passado que lhe agradava em todos os âmbitos e sentidos.

Mesmo que não desmascarado tal tempo
Nem tampouco o reconhecia como monstro surreal
Tornou-se real e palpável
Felicidade estável
Um sorriso de hiena.

André Anlub

9 de maio de 2011


Cria

Vestes minha veste e gritas
Caso do acaso de um inóspito afeto
Assombrando-te, por entre um jardim de flores tépidas
Girassóis que miram aos quatro cantos.

És minha cria, própria luz, em mim sem sombra
Em ti, pura certeza, sempre tardia
Procuras em todos, a rebeldia
Encobres-te o corpo todo em santo manto.

Apontas-me, o dedo em riste, a face triste
Dizendo que és só minha, afeto e escrava
Amante da zombaria, uma serpente
Comes a maça da própria sorte.

No teu neto, que sem pai, habita a dor
Prelúdio de momentos de sacrifício
Ofício de morrer, viver sem graça
Filha és minha vida, atonia e morte.

André Anlub

3 de maio de 2011

MÃE É uma PESSOA ACIMA DE TODAS



Mamma

Ao som de Bohemian Rhapsody
Poderia ouvir um mundo de dor
Mãe, é tamanho o teu amor
Consolas, aqueces, em puro afago.

Tirando-me do coração amargo
Depositando em um zen zelo, tua força
Viajo entre narcisos amarelos
Jardins de sorrisos e ardor

Pegue-me novamente em teus braços
Assim eu volto a ser tua criança
Voltando essa grande aliança
Reconstituindo todos os pedaços

Em suma, o carinho que não finda
És, por ti, sempre bem-vindo
Pousa delirante em meu peito
Faz-me, quase sem jeito, tua vida.

André Anlub

14 de abril de 2011

MAC - BAHIA (Inauguração foi Adiada)

Caros Amigos

10/6 - Inauguração do MAC - Bahia - Minha Tela "A Indigena Gestante" Faz Parte do Acervo Permanente desse Museu! Baianos Compareçam!"

Para saber mais:
Clique em MAC - (Museu de Arte Contemporânea) Lá em cima, nos endereços!

.

5 de abril de 2011



A Epopéia de Denise (Caixa de Pandora)

Como se começa uma história?
Algo que pode ter acontecido!
E se a mesma não existe na memória
Posto que é um fictício ocorrido!

Denise caminha em uma praia
Mesmo que o sol não raia
Sua alegria insiste.

Se depara com uma caixa
Um baú velho e pequeno
O abre, deixando escapar um veneno.

A caixa...
Dentro havia um sonho
Remeteu-a a outros lugares
Voava por entre vales
Sentia na face leve brisa gélida.
Se despiu de todos os seus disfarces
Reviu todos que já se foram
Todos que por ela eram amados
E eles por ela.
Viu a morte, passou tão rápida e inexpressiva que, na verdade, poderia se tratar de uma nuvem negra!
Nuvem pequena e inútil
Dessas que não fazem chuva
Mas dependendo do ponto de vista
Pode fazer sombra
Tirando o reinado do sol.

Voou sobre a ilha de Páscoa
Sorriu para seus mistérios
Atravessou alguns deltas de rios
Do Parnaiba ao Nilo.
Ao anoitecer viu Paris
Sentiu seus perfumes
Por um momento os odores a levaram a campos
Como se estivessem presos a uma redoma de vidro.

Foi testemunha do nascimento de uma pequena aldeia
África
Os lugares voltavam no tempo
Homens pré-históricos surgiam em grupos
Perseguiam mamutes
Comiam com as mãos
Descobrindo o fogo
Violência e pretensão.

Ninguém podia vê-la
Sequer podia ouvi-la
Mas tantas coisas para dizer...
Ensinar e aprender.

Por fim tudo foi simplificado a um só casal de humanos
Pode ver tanta coisa
Estar em tantos lugares
Mas ao retornar desse sonho tão real
Uma realidade melhor e maior a esperava.

Ela não pode encontrar quem seria prioritário,
Quem responderia suas recentes e antigas perguntas,
Que a acolheria, lhe daria afagos e força,
Quem a conhecia como ninguém!

Ela mesma!

André Anlub

24 de março de 2011

Os direitos autorais são protegidos
pela lei nº 9610/98,
violá-los é crime estabelecido pelo
artigo 184 do Código Penal Brasileiro
.
Não copie ou divulgue obras
sem deixar autoria.

13 de março de 2011


(Foto: Cadeados do amor, Pont des Arts - Paris)


DESABAFO DE UM AMOR DESABROCHADO

É inacreditável como sou feliz ao seu lado
Um mix de emoções boas a todo o momento
Sem você preferia viver isolado
Em uma ilha só com um coqueiro.

Sentimento puro e extremo
Amor anos luz de verdadeiro
A verdade mais alta pronunciada
A cura para todo o câncer do planeta.

O bálsamo do bem derramado
Afogando todas as minhas mazelas
Meus pratos preferidos nas panelas
O cheiro do perfume do bem amado.

A pólvora exposta a chama da paixão
Implosão do calor da excitação extrema
Na ponta da língua o sim e o não
O coração é o inverso de pequeno.

É inacreditável como chego a chorar
De saudade, amor ou em um pesadelo
Sonhar em contigo não acordar
Não poder tocar em seu cabelo.

Faltam-me palavras, sobejam desejos
Almejo mais e sempre muito mais
Minha vida é sua, pode me abraçar
Nenhuma alma de morte poderá me levar.

André Anlub

9 de março de 2011




Mulher 2011

Frágil e forte no seu viver
Companheira na dor e prazer
Lutadora na labuta da vida
Conquistadora de terras novas e espaços.

Mãe, parceira, guerreira de nervos de aço
Sem rótulos, ao trabalho se deu de corpo e alma
O tempo lhe deu força, pureza e sabedoria
Fronteiras foram a baixo, o passado ficou no passado.

Em todos os cantos atualmente deixa sua marca
Com garra e inteligência dominou as faculdades
Nenhum ofício que almeja agora é inatingível.
Caíram os mitos de servilismo, força e idade.

Mulher, que é amada por filhos e maridos
Mulher, adorada pela beleza e fragilidade
Dominante dos sentimentos e autoritária nos seus domínios
Rosa de beleza e, se for preciso, espinhos.

André Anlub

23 de fevereiro de 2011



O Borogodó da Colombina

Voas minha pombinha, é mais um carnaval
Nos salões, nas ruas, marchinha, hinos e gritos
És pomba da paz, alegria dos espíritos
Levas nas asas a festa, esse nosso rito.

Somos todos iguais
Foliões apertados nos becos
O cheiro da alegria, contagia
Nos corpos suados e secos.

És felicidade, e da cidade tudo além
Fazes a festa com sumo gosto
Como um soldado em seu posto
Só queres feliz ir no trem.

Sabes que a alegria tem fim
Como a existência de uma soberba rosa
Pegues nas mãos de um querubim
E faças da festa bela prosa.

E por fim, mesmo que acabes seu louvor
Passaste todas as horas em transe
Os dias, sonhaste em puro êxtase
Viveste um paraíso interior.

André Anlub

21 de fevereiro de 2011


Olhos Alagados

Eu podia ser o sol
Iluminar teus caminhos
Alegrar teus ébrios desatinos
Teu calor, inferno bom
Desatar de nós os nós.

Talvez ser a lua
Mensageira da luz do astro rei
Limpar uma alma, dar vida
Uma placa de metal, pela ferrugem carcomida
Pelo tempo, pelo sal
Tornando-a nova
Ser, e só ser, um ser sentimental.

Uma inspiração poética
Da vida, da morte
Teu colo, teu norte
Calmaria e vendaval.

Um peculiar timbre de uma ave
Afastando os prantos
Nos olhos, nos campos
Das portas abertas
Uma só chave.

Um peixe
Desvendando os segredos dos navios naufragados
Ir bem, além, fundo
Onde a luz do sol não chega
Onde a lua não influencia
O som das aves não se ouvia
Perdendo a bela primazia
Agora, aos meus prantos, os olhos alagados.

André Anlub

15 de fevereiro de 2011


O Sertão vai virar Céu

Com os pés na terra ele se sente em casa
Enxada na mão, sol como irmão
Na fome, sede, cedo e na raça
Dá bom dia pra cactus, filho do sertão.

Na luz do lampião lê histórias de lampião
No chão rachado, passado e presente na guerra
Sabedoria lhe dizendo, sempre alcança quem espera
Uma massa de gente pobre que nem sempre luta em vão.

Enquanto descansa pouco, pouco ganha pão
Alguns calangos o observam, outros vão pro fogo
Assim se vai levando dia sim sem dia não
Não se pode dar ao luxo de perder esse jogo.

Nessa vida em aberto, todos os dias são incertos
No milho na cana, na cana e rapadura
Muitos pés descalços na chuva de insetos
Tendo a força, garra e solidão como armadura.

André Anlub


Seus Olhos

Nos seus olhos...
Vejo-me com escassez de prantos
Nunca há sombra de desenganos
No frio, todos os mantos
No calor, o nosso banho.

Nos seus olhos...
O reflexo da seda dos seus braços
Que se estendem ao longo do meu corpo
Que me despe, reconstitui meus pedaços
Prazer quente, doce, em sopro.

Nos seus olhos...
Vejo a grandeza do mundo
Espelhada da mais bela forma
Amor claro, sem bula, sem norma
Desarmado de espada e escudo.

Seus olhos...
Espelhos do meu sorriso mais sincero
Logradouros do azul celeste do céu
Chamas de dar inveja a Nero
Fazem embriagar-me do seu mel.

André Anlub

27 de janeiro de 2011



LAÇO EM PINGO D’ÁGUA

Um amor quase impossível
Dividido e abstrato
irremediável, irreversível
Sem visão, sem olfato
Sem audição, paladar e tato.

Buscando sair do ostracismo
Além do mais querer
Além de tudo que é vivo
Além do mero prazer.

Se revirando em mil
Conquista a ser feita diariamente
Um enlouquecido jovem senil
Mil e uma faces, disfarces, vertentes.

No âmago do coração
Infinitivamente se chamava de amor
Tão longe do alcance das mãos
Tão perto do alcance da dor.

Princípio ativo do fim
Primórdios de uma paixão ainda crua
Ilimitadamente para dizer sim
Mas o “não” ainda perpetua.

Busca consolo em quem te quer
Pena não existir tal figura
Roubando o coração de um qualquer
Castrando de outrem a paz e implantando amargura.

André Anlub

16 de janeiro de 2011





Natureza é Medicina

Minh’alma descobriu onde descansar
Um alívio das barbáries do dia a dia
Achou retiro, estadia
Agora brinca n’um parque a luz do luar.

Minh’alma é toda preguiça
Assentada em uma rede de paz
Olha pro horizonte e avista
O vôo das aves de rapina.

Saboreando a ceia mais farta
Sob olhares de dóceis animais
Use suas mãos e reparta
O mel do amor que aqui há.

Melhor que a natureza como pronto-socorro
Não existirá em quaisquer dimensões
Vive em sua beleza e adornos
E os ventos e águas que tocam com as mãos.

Médici sarati, natura curati
É uma ajuda aos reis com o seu ganha pão
Esquecer dos médicos seria um disparate
Medicina e natureza fazem grande união.

André Anlub


└──●► (Profundidade da insônia) - (...) Na insônia feliz, mortos e vivos saem de casa, de braço dado, com seus ramos de perdão.
Acenam, sorriem, cordiais e recíprocos,
transparentes e imaculados, com suas aureolas de sol pálido.
Em trapézios de seda balança-se o peso dos infortúnios,
e as feras mansamente brincam, em jardins de cristal....
└──●► Cecilia Meireles In: Poesia Completa
Dispersos (1918-1964)

1 de janeiro de 2011



A Perda da Fé

A visão mais turva, suja
Deixa que eu mesmo piso na uva
Sei que irá curar o desalento
Muito mais fácil deixar cair, dos olhos, uma chuva.

Cansei de levantar, para o céu, as mãos
Engasgo com o medo, ébrio e hipocondria
Supre a dor com o comprimento de um comprimido comprido
Levanta e não cai de joelhos ao chão.

Dizem que um Deus te ama
O resto do mundo não.

Todos os elos dessa corrente
Foram tomados pela ferrugem
Águas só me molham, aos outros ungem
Palavras incertas e ditos incoerentes.

Com os nossos cabelos ao vento
Que acabam levando a vida
Uma partida fez-se momento
Para um lugar bom será sempre bem vinda.

Como sabemos dos nossos erros
Como fingimos indiferença
Como negamos todos os zelos
Como sofremos com nossas crenças.

Dedão nas orelhas, mãos espalmadas e línguas a mostra
Armado o circo, chamamos os santos
Com olhos cegos, soltem seus prantos
Eu perdi a fé, quero uma forra.

André Anlub

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.